sábado, 22 de novembro de 2008

Suave é a Noite, Destruiram a Ponte

Quando eu andava por aquele caminho sujo
Lembrava de coisas que preferia esquecer
Um tanto desolado, assustado
Jurando ser, mais uma vez, uma noite fatídica
Calcei as botas que nunca tive
Pra causar uma sensação de realismo
A aquela situação escura e sem teto
Mas até agora não sei o que é pior
Se é machucar o pé com qualquer pedra
Ou nunca saber o que se passava ao certo
E se o Sr. Tamborine tocar uma música
Que toque pra mim também

O meu chapéu ela mandou jogar fora
Porque não me protegia mais do sol
E foi com o rosto queimado que cheguei lá
Meio ousado, sempre ousando
E hoje vou me esquecer de ontem
Pra amanha lembrar e não sofrer tanto
Quem sabe foi isso que ele quis me dizer
Pra que eu pudesse encarar com mais sinceridade
Às vezes penso em jogar tudo pra trás mesmo
Em meio ao movimento, nem que eu esteja bem lento

É verdade nem todo mundo tem palmas para ouvir
Minhas palavras nunca estão tão afinadas quanto deveriam
E se ela me dissesse que estou sempre mentindo
Eu também diria que ela esta surda
E como é possível alguém tão seguro de si assim?
Há quem goste de esconder dificuldades com repetição
Funciona quando se está em meio da afirmação
Ainda prefiro sempre uma indagação
E matei aquele sujeito como os mocinhos fazem
Nos filmes que meu pai gosta de assistir

A poeira subiu, mas como nem tudo, ela desceu
Não sei se vi mais claramente
Ou era só o meu cérebro agindo mais suavemente
O cavalo me derrubou e deu-me um coice
Mas porque eu estaria a cavalgar mesmo?
Algumas coisas se percebem melhor junto ao chão mesmo
E se eu não tivesse que tentar me levantar
Até escreveria mais

Nenhum comentário: